quinta-feira, 30 de março de 2017

Quando ela trespassar a sibilina bruma

Quando ela trespassar a sibilina bruma
                                                                                                             Para a negra Valquíria


És tu a musa sagrada...
Que vagueia...
Em meus sonhos mais ignotos.
Habita o meu quimérico vergal.
Incendeia o meu estro!
Por fim
***
Mas o que será de mim?
Quando irromperes a outonal neblina?
O que será de mim?
Quando tu trespassar a sibilina bruma!
Para me dizer que amas a outro!
***
Nessa hora extrema saio de mim...
Sinto o eflúvio inebriante!
Que exala da charneca em flor...
E entorpece os meus sentidos...
Tira-me do chão!
Eleva-me ao cosmo infindo!
***
O que será de mim?
Quando eu não puder
Venerar-te de novo!
O que será de mim?
Quando tu trespassar a nevoenta noite?
Só para me dizer a verdade!
O que será de mim?
Quando disseres que amas a outro!
Por fim!
Samuel da Costa é poeta em Itajaí

terça-feira, 28 de março de 2017

Vivo a seguir-te

Vivo a seguir-te

Quando vejo- te longe já me encantas,
E fico a notar o teu perfil.
Este corpo a caminhar sem muita pressa.
Mas com classe que impressiona e que seduz
Sinto em minhalma um vazio.
***
És de todas a mais bela que conheço,
Teu encanto me acelera o coração.
As curvas do teu corpo são diferentes,
Que mais se assemelha a perfeição.
***
Vivo a seguir-te pela vida,
Por caminhos aonde vais que nem conheço.
Procuro te espiar de longe,
Pois me aproximar de ti não tenho jeito.
Vivaldo Terres é poeta em Itajaí
Contato: vivaldo.itj@gmail.com.br

sexta-feira, 24 de março de 2017

Clarisse Cristal e o mergulho na escuridão

Clarisse Cristal e o mergulho na escuridão

Talvez não seja um sonho.
Enfim...
E ela esteja lá...
Na alcova minha
À meia luz!
Esperando por mim...
Enquanto na vitrola...
Toca o mais puro lamento negro,
A mais cristalina negra dor.
''Nunca me interessei por revisitar cenários'' — Disse Clarisse para si mesma, mas com vontade de gritar bem alto para todo mundo ouvir. Pois o elementos, que ela podia lembrar, estavam todos lá disposto diante dela. O balcão de mármore carrara, o bar com vários tipos de bebidas e copos de vários estilos, marcas e preços, as cadeiras espreguiçadeiras de praia gêmeas as famosas outdoor dubbele chaise lounge, a mureta com o peitoril e grande fabrica em detalhes artesanais, mesas e cadeiras distribuídas simetricamente e uma pequena piscina e a bela vista para o mar. Uma olhada rápida e Clarisse notou um grande retrato em preto e branco, com a assinatura de fotografo famoso, era o professor Muteia muito bem vestido, como de costume, mas de maneira casual ladeado de uma jovem e bonita mulher elegantemente vestida, também de maneira casual. Ele sentado em uma poltrona e ela em pé e com as mãos em volta do pescoço do africano em terno carinho: — Então esta é Agnela e esposa de Muteia — Pensou Clarisse em um lampejo
Belo local de trabalho professor Mutéia!
É Muteia sem acento, há um hiato no meu nome e na minha vida. Podes de me chamar pelo meu prenome Adérito. Vamos sentar logo e começar a entrevista, pois não tenho muito tempo menina/mulher.
Foram andando lentamente em direção de uma mesa a poucos metros da pequena mureta de frente para o mar. O africano afastou uma cadeira de forma cavalheiresca, Adérito ocupou uma cadeira em frente de Clarisse e em um estalar de dedos um garçom apareceu para atende-los. Clarisse deu uma olhada melhor no homem e viu que era mais que um garçom era um mordomo que os servia.
Secretário me traga uma chávena de chá e os meus charutos, o que queres minha querida Clarisse?
O chá para mim esta bom e dispenso os charutos!
Sim senhor! Vou trazer duas chávena de chá e os charutos!
O homem desapareceu tão rápido como surgiu e por fim os dois estavam em um lugar reservado e sozinhos. Clarisse tinha mil perguntas para fazer e ao mesmo tempo queria fugir do óbvio, pois ali quem estava diante dela uma pessoa qualquer.
Então como é o nome do veículo que trabalhas?
Revista Astro-domo, de literatura, estética e arte em geral!
Interessante, já a conheço e bem moderna, pois estão em todas nas plataformas digitais pelo que sei.
Então o senhor conhece a nossa pequena revista?
Ligo o gravador miúda e vamos logo começar a trabalhar!
A pressa do africano fez um alarme disparar em Clarisse, pessoas como a formação dele não tendem a ter muita pressa quando estão trabalhando. Adérito era forjado em parte pela velha escola europeia. Esperam por um tempo sem saber o motivo, e entreolharam com profundidade, o clima só foi quebrado com a volta do secretário. Ele voltou com uma bandeja de prata coberta por um delicado pano de linho, os serviu de forma solene e sem nada dizer e se retirou também de forma solene. Clarisse achou tudo muito exagerado e por demais refinado para uma simples entrevista.
Então professor quer estabelecer alguns limites para a entrevista?
Creio que não, minha cara só fico contente de poder ser entrevistado por alguém mais próximo que eu. Quase não se vê muitos negros na literatura aqui e é primeira vez que dou entrevista para outra pessoa da minha raça neste belo país.
Então que é ser escritor para o senhor? — Clarisse usou uma clichê logo de entrada.
Não posso falar e literatura e arte em geral hoje sem olhar para o passo para compreender o presente. Se no passado não muito distante de nós escritores escreviam usando a pena e era iluminados pelo luz de velas e candeeiros e tendo a geração seguinte a máquina de escrever e a luz elétrica e a máquina a vapor dando um ritmo mais acelerado para a nova sociedade menos agrária em mais urbana. Isso se reflete na escrita e nas arte em geral, pois a velocidade de hoje, com a escrita digital, acelerou muito mais a escrita mecanizada. Mas estou sendo muito enfadonho minha cara!
Não professor! — Ela queria dizer sim.
E escrever é transcender infinito, é fugir do óbvio e não conhecer limites! Respondo minha cara o que é realidade? No mundo de hoje a realidade é o que a gente quer que ela seja! — Clarisse ouve ao longe o ranger de uma porta se abrindo — E antecipando a tua segunda pergunta eu navego ou melhor flutuo na escola simbolista e surrealista. Trafego livremente por estas duas escolas, mesmo que esteja fora de moda falar em escolas nos dias atuais. E te digo que para o padrão de hoje são as escolas que mais poderia representar a pós-modernismo! — Clarisse ouve passos, eram o barulho típico de salto alto batendo no chão frio e duro do terraço. — Se a pouco me perguntasse sobre Agnes. Então te digo que ela é fruto da minha imaginação, uma filha querida na verdade na minha imaginação. — Uma sombra surge por detrás de Clarisse e se agiganta — Ela como outros personagens vem e vão ao sabor do vento e da ocasião... — A mulher passa ao lado de Clarisse e a jovem entrevistadora e reconhece é a mesma mulher que outrora estivera com Adérito Muteia na livraria — E é assim que o meu mundo literária surge minha querida, aos pedaços, nevoentos, nebulosos — Ela sussurra no ouvido de Muteia e ele sorri — São personagens rebeldes por natureza minha querida — A mulher se afasta sobe na mureta olha para Clarisse e sorri e mergulha. Clarisse atônita corre até a mureta e olha para baixo, ela estava em prantos, olha para baixo e muitos andares a baixo e vê o próprio corpo estatelado do chão. Clarisse recua em choque e olha de novo, os muitos andares sumiram e ela não vê mais nada. E sem nada entender voltou o sei olhar para Adérito Muteia que estava estático no mesmo lugar — Então é isso miúda, em tempos de realidade liquefeita nada é de verdade e vivemos em um mundo de mentiras, fugaz! — Ela estava de volta sentada de frente ao professor, tinha a cabeça pesada, Clarisse não sabe o que pensar e dizer naquela hora.
Samuel da Costa é contista em Itajaí

quinta-feira, 23 de março de 2017

Horizonte vermelho


Horizonte vermelho
Para Anna Paes
Queria eu experimentar
Novos sabores
Em novos lugares
Novos amores
Novos sabores
Em outros lugares
Com novos atores
***
Acordar em teus braços...
Em outros lugares
Em outros tempos
Um novo mundo
Com novas cores...
Novos sabores
Novos olhares
Em outros lugares
Que não sei bem onde
Nem quando
***
Um novo lugar
Ainda não explorado
Com novos sabores
Com novos olhares
Outros hábitos
***
Queria eu morrer em teus braços
Queria eu me perder em teus braços
Queria eu tentar novos hábitos...
Em outros lugares...
Com outros olhares
Em novos lugares...
Com novos olhares...
Com novas paisagens
***
Em outros lugares...
Com novos pares
Em outros lugares
Com novos ares
Com novos pares
Com novos amores
Com outros olhares
Em novos lugares
Com outras idades
Em outras cidades
Com outros olhares...
Em novos lugares
Com novas roupagens...
Com uma nova idade
Com novos pares...
Por Samuel da Costa é poeta em Itajaí

quarta-feira, 22 de março de 2017

Cadeia Cultural



Cadeia Cultural

A entrada do labirinto começa pelo pensamento e ideias ultrapassadas que não condizem com os dias atuais. Segue o caminho e se esbarra no jogo de poderes. Mais adiante os entraves da falta de verba. Já totalmente perdido se pergunta: Onde está a cultura? Claro que perdido a primeira opção é retornar. Mas ao invés disso tenta encontrar um novo caminho. No entanto o que encontra são apenas obstáculos que nada mais fazem impedir o crescimento cultural.
Onde há cultura há carnaval, há teatro, há cinema, há livraria, há feira de livros, há saraus, há educação. E numa cultura consciente há inclusão. Cultura movimenta uma cadeia de costumes, tradições, línguas, grupos, artes e educação. Na literatura abre um leque que engloba um conjunto de costumes, regras e linguajares. O que talvez difira cada particularidade do indivíduo.
A literatura em si é a cultura abrangente que engloba o mundo literário entre as pessoas. E nos dá a oportunidade de conhecermos histórias, de termos uma relação amigável com nós mesmos e até conhecer o lado humano do outro. Claro que nisso vem à cadeia das escolhas, escolher quem vale apena conhecer. Como me disse um amigo, não dá pra perder tempo com paredes e portas.
O lado humano precisa sempre está em movimento para que as coisas aconteçam. Nada melhor que cultura e conhecimento. Não por um capricho, mas para dar vida. O campo artístico e cultural movimenta toda uma cidade. Você já viu uma escola funcionar sem livros? Ou uma igreja sem o badalar dos sinos? Ou alguns amores sem um triste fim? As relações humanas, artísticas e culturais de certa forma se interligam.
Nessa conjuntura somos o humano, a mente e a sua criação. Os valores étnicos vêm de toda cultura globalizada. O campo acadêmico que poderia ocupar essa gama de conhecimento retrocede aos seus objetivos. O conhecimento se restringe agora ao diploma. Mas isso é complexo, talvez a se falar em outro momento. Isso quer dizer que a mulher não é tão complexa como se pensa os homens.
Clarisse da Costa é artesã e cronista em Biguaçu _ SC
Contato:clarissedacosta81@gmail.com

Sozinha no sacrossanto leito

Sozinha no sacrossanto leito
                                                                                            Para Vanessa Martins DA Maia

Volta logo meu amor
Luz da minha vida
Não me deixe aqui
Esperando-te
No leito vazio
Sozinha por muito tempo
Na eviterna e dolorosa espera
Dos sacrossantos beijos teu
***
Volta logo
Amor da minha vida
Pois estou bem aqui
Como sempre estive
Como sempre estarei
Esperando-te
Deitada
No nosso esplendoroso leito
Completamente nua
A espera do mágico toque teu
***
Vem consorte meu
Desposar-me
Como se fosse
A nossa primeira vez
Possua-me
Sob o negro luar
Como se fosse
A nossa vez primeira
Samuel da Costa é poeta em Itajaí

segunda-feira, 20 de março de 2017

Meu Universo

Meu Universo

Não me olhe
eu posso me perder
nos teus olhos,
no espaço infinito
do teu desejo oculto.
***
Já me bastam
as flores de plástico,
o tempo passa
e elas permanecem.
***
E o espelho
dos seus olhos
o tempo não para
pra mim.
***
Logo 37
e quando perceberes
já serão 40 anos.
***
Ai de mi
se o espaço
a minha esquerda
continuar vazio.
***
Eu só posso estar
maluca
prevendo o futuro!
***
Até ontem vi
o meu corpo
colado ao seu;
Saí literalmente
do meu universo,
trespassei meu verso
e compus vida!
Clarisse da Costa é artesã e poetisa em Biguaçu SC
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
Allan Salles Ribeiro da Ailva. Tema Simples. Tecnologia do Blogger.