sábado, 5 de agosto de 2017

A roda do povo

A rosa do povo
Só para ficar no óbvio, em tempos de graves crises, em tempos extraordinários, em via de regra, o mundo das artes eclodi em múltiplas cores, sons e infinitos sabores, em infindas possibilidades. Mas em tempo de realidade líquida, de cultura massificada, as coisas não funcionam bem mais assim. Acovardada, as belas artes e os artistas foram sequestrados pelo mercado neoliberal e pelo abraço forte do todo poderoso Estado.
Foram tempo que grandes embates, no passado não muito distante, foram tempos de fabulosas contestações e de pura rebeldia. Mas e hoje? Bem hoje, com raríssimas exceções, Sobraram as curtidas, comentários e compartilhamentos em um oceano de códigos binários, em um mar de canais de fibras ópticas a arte e os artistas não vão para além disso. A praça não é mais do povo, a rosa do povo murchou aos olhos de todos.
E para ir um pouco para além do óbvio, hoje a comunidade artística assiste de braços cruzados e olhos sonolentos, ver de longe a ignorância do fascismo florescer livre, leve e solto. Nos dias de hoje, em tempos de grave crise, os pensadores e contestadores parecem que dormem o sono eterno e interno, de quem no conforto do anonimato olha pela janela silício da vida na pós-modernidade e nada faz e esperando que simplesmente que as balburdias contemporânea se dissolvam por si só pura e simplesmente.
Nos dias de hoje, em tempos de crise extrema, murros nas mesas, bombardeios teleguiados, fraudes judiciárias, massacres televisionados, parlamentos comprados e notícias manipuladas, tudo em tempo real. Lamento profundamente o silêncio de quem deveria gritar e gritar muito alto. Hoje reinam as nulidades, impera as truculências, a ignorâncias gratuitas e as ofensas, dos dedos em riste dos donas da verdade.
Samuel da Costa é cidadão de Itajaí SC



terça-feira, 25 de julho de 2017

Pérola negra

Pérola negra
                                                                                              Para Rute Margarida Rita

Pérola negra
De um Brasil chamado África
***
Porém eles choram
Os Orixás choram
Mas o poeta sorriu
***
Pérola negra
De d'um…
Brasil que chora pela África
Pelo Continente Negro
***
Pérola negra
De quem sonha com a liberdade!
Um sonho de liberdade!
Em um país chamado Brasil/África. ..
De um país que sorri para o Continente Negro
Ao som dos tambores
***
Ele chora
Eles choram
Ao som dos atabaques
Ela sorriu
Ela sorriu para mim
Pérola negra
De um Continente Chamado África!
Samuel da Costa é poeta em Itajaí

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Surto modernista

Surto modernista

Não há uma só gota de sangue
Em cada poema...
Somente o ruído das maquinas
Que gritam o teu nome…
***
Não há uma só gota de sangue
Em cada poema…
***
É a tua voz
A gritar o meu nome
Em horas impróprias...
São as tuas mãos a vagar
Pelo meu corpo
***
Não há uma só gota de sangue
Em cada poema…
***
Às vezes...
Fico a noite a te fitar
E em meus pensamentos...
Estou só!
Na solidão a dois...
E a dor que não passa...
É ferida que não sara...
Samuel da Costa é poeta em Itajaí

terça-feira, 6 de junho de 2017

A insustentável leveza do ser

A insustentável leveza do ser
                                                                                             Para Morgana Cristian da Costa

Ninguém suportava mais o jeito dela
O sorriso encantador e seu brilho no olhar
Seu otimismo exacerbado
Sua maneira de ver o mundo
Sempre cheia de esperança
***
Ninguém suportava mais seu jeito de ser
Sempre feliz & alegre
Contudo, ninguém suportava mais...
Seus devaneios e seus rompantes de felicidade
Suas pequenas loucuras
Seus excessos de sinceridade
Sempre imprevisível
***
Contudo, ninguém suportava mais o jeito dela...
Quem sabe, somente eu?!?!
Samuel da Costa é poeta em Itajaí

sexta-feira, 2 de junho de 2017

O derradeiro fim...

O derradeiro fim...
                                                                                                         Para João da Cruz e Sousa
No caminho do martírio
Ninguém ouvira seus gritos
Muito menos seus prantos
***
No lago o Cisne Negro & as águas cristalinas
E no céu: as nuvens brancas
Os astros
A lua
As estrelas
***
Na terra: O lamento
Os gritos de dor
O martírio
Do negro
Do pobre
Do artista
Do trabalhador
Samuel da Costa é poeta em Itajaí

quarta-feira, 31 de maio de 2017

O fim é uma certeza
                                                                                     Para negra Valquíria
Desenvolta...
Invade os meus pensamentos,
Passeias livremente...
Nos meus sonhos,
Tira-me...
Do sono mais profundo!
***
Ei! Deusa de ébano.
O astro rei se põe!
O crepúsculo...
Avisa que o dia findou-se!
A noite escarlate não tarda!
Estou só!
E o fim é uma certeza.
***
Ei! Deusa encantada!
Meu amor olvidado...
Minha deusa sagrada.
Que transita nos meus sonhos...
Livremente!
Habita os meus pensamentos...
Mais profanos!
***
O fim é uma certeza.
Tenho que partir!
Já não posso mais ficar aqui...
A venerar-te em belas letras
E morrendo de amores por ti!
Samuel da Costa é poeta em Itajaí

terça-feira, 23 de maio de 2017

O abraço

O Abraço
                                                                                             Ao Edson Araujo
No braço
o abraço
o laço
que faço
desfaço
e refaço;
Hoje, o abraço
é o laço
que dou
te amarrando ao coração!
Clarisse da Costa é poetisa e artesã em Biguaçu SC
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
Allan Salles Ribeiro da Ailva. Tema Simples. Tecnologia do Blogger.